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A dança entre líder e equipa: o que é esperado em cada fase do processo?

Construir e desenvolver equipas na saúde é difícil, mas não é impossível.

A equipa nobox

É da interação entre o líder e a equipa que a magia nasce. Um não vive sem o outro.

Mas se um pode facilitar a experiência, também pode torná-la num inferno.

A nossa sorte é que existem algumas pistas e guias do que podemos fazer para conduzir esta dança, e evitar pisar os pés. Demasiadas vezes, pelo menos, porque o erro será inevitável.

Na saúde, entramos frequentemente em equipas já criadas e existentes há algum tempo. Mas também nestas, e às vezes, principalmente nestas, é preciso reformar e recriar a equipa que a compõem.

Um guia passo a passo:

  1. Orientação - Porque estou/estamos aqui?
    É raro explorarmos em equipa o porquê da nossa presença individual e da existência da equipa. Damos por adquirido a missão e propósito da equipa, por trabalharmos na saúde, mas este deve ser abertamente discutido entre todos os membros da equipa. Sem sabermos porque aqui estamos, será difícil saber qual o nosso contributo.
  2. Construção da confiança - Quem está aqui comigo?
    Com o propósito alinhado, é fundamental saber e conhecer com quem o perseguimos. Conhecer as suas forças e fraquezas, alguma da sua história e experiência, os seus receios e expectativas. 
    Sem este conhecimento mútuo, o potencial escondido fica por descobrir e a colaboração e honestidade ficam mais limitadas.
  3. Clarificação do objetivo - o que estamos a fazer?
    Com uma equipa mais clara no propósito e com mais à vontade com os seus elementos, chega o momento de abertamente e transparentemente discutir o que pretendem fazer, ou seja, qual o objetivo. É aqui que surgem as primeiras quebras na equipa, quando surge discórdia e conflito. Mas estas quebras são fundamentais. Primeiro, para enriquecer a discussão e melhorar a qualidade da decisão. Em segundo lugar, porque demonstra que as pessoas se sentem à vontade para discordar, sem ver isso como uma afronta pessoal, mas sim como parte do processo de cada um trazer o melhor de si para a equipa, sem receios de julgamentos. Caso isso não aconteça nesta fase, então talvez seja necessário voltar ao passo 1 ou 2.
  4. Compromisso - Como vamos fazê-lo?
    Este é o momento crítico que nos demonstra se os passos anteriores foram consolidados. Depois de momentos mais divergentes e criativos, chega o momento de decidir como vamos atingir os objetivos. É a hora de toda a gente se comprometer com uma metodologia e abordagem e onde a discórdia escondida e não revelada anteriormente pode surgir.
  5. Implementação - Quem, quando, e onde?
    Inicia-se finalmente o momento de passar do plano para a ação, sendo fundamental que os papéis e responsabilidades de cada um fiquem claros, incluindo o nível de autonomia para cada tarefa.
    É normal neste momento as coisas começarem devagar e surgirem alguns imprevistos. É a sua resolução como equipa coesa, alicerçada no propósito e objetivos já definidos que fará a equipa ultrapassar estas dificuldades até à fase seguinte, de alto desempenho.
  6. Alto desempenho - WOW
    Depois de uma longa caminhada, a equipa começa a trabalhar de acordo com todo o seu potencial. Cada um sabe o seu papel, sabe quando pedir ajuda ou quando colaborar, sente-se à vontade para discordar e gerir conflitos diretamente com os colegas. É o momento para delegar e confiar cada vez mais autonomia e responsabilidade nos membros da equipa, promovendo o crescimento e desenvolvimento da equipa e de cada um dos seus membros.
  7. Renovação - Porquê continuar?
    Mesmo em equipas de sucesso, chega sempre um ponto em que começamos a reavaliar e a pensar o porquê de continuar? Ainda estamos no nosso melhor desempenho? A equipa é a mesma ou mudou entretanto? O objetivo que tínhamos ainda faz sentido?
    Estes momentos são fundamentais para evitar que a equipa caminhe para a estagnação. Poderá implicar uma revisão de alguns aspetos, ou, por vezes, iniciar o caminho de construção da equipa desde o passo 0, voltando à orientação.

Construir e desenvolver equipas na saúde é difícil, mas não é impossível. Exige tempo, dedicação e estar confortável com errar e voltar a tentar.

Mas o esforço vale a pena. Vale a pena porque só assim poderemos atingir o máximo potencial das pessoas com quem e para quem trabalhamos.

Com profissionais mais satisfeitos e felizes (líderes e liderados), processos de trabalho mais padronizados e com mais qualidade, e doentes mais bem tratados e acompanhados.

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