As frustrações de um líder com pouco poder, mas alguma influência

Não é fácil o papel de líder, nem deve ser aceite de ânimo leve. Frequentemente implica pouco poder e autoridade, mas muita responsabilidade. Principalmente na saúde, onde os líderes têm um poder executivo muito limitado.

No entanto, detém o poder de influência da força motriz dos cuidados de saúde: os profissionais e as equipas de saúde.

É certo que carecemos de mais autonomia de gestão, mas sofremos do mesmo problema em liderança.

Começa na forma como selecionamos os líderes, com foco na técnica ou senioridade, ignorando quase por completo o perfil e competências para gestão de pessoas, sem corrigir a lacuna com a formação e capacitação adequada.

Não sabemos se todos podem ser líderes, mas sabemos que com apoio, tempo e formação todos podem melhorar. Só assim será possível aproveitar todo o potencial do capital humano da saúde, e evitar a queda livre em que a energia e motivação dos profissionais de saúde se encontram.

Imaginem um mundo em que um líder::

• Envolve os membros da equipa na discussão e decisão de planos de atividades, com objetivos partilhados que orientam o esforço da equipa;
• Implementa e gere reuniões de forma regular, mas eficiente, onde se abordam não só os aspectos operacionais, mas também a evolução e estado da equipa e de cada membro;
• Cria um ambiente onde as pessoas sentem segurança psicológica para partilhar fraquezas e pedir ajuda;
• Cria um plano individual de desenvolvimento para cada membro da equipa, com sessões regulares de feedback e check-up, percebendo como a equipa contribui para o seu crescimento e vice-versa;
• Compreende que há vida para além do trabalho, e que definir limites é não só um direito, mas uma obrigação das pessoas para manterem o seu bem-estar, e assim o seu trabalho com qualidade;

Líderes!

Imaginem um mundo em que vos dão apoio e formação para aprender a fazer isto. E, acima de tudo, tempo dedicado para o exigente trabalho de liderar. Não estamos a falar de gerir férias e escalas. Estamos a falar de conduzir um grupo de pessoas, utilizando e catapultando o seu potencial, para objetivos comuns e partilhados!

Aos que já o conseguem, parabéns! Sabemos que saiu da vossa persistência, esforço e compromisso!