Parece uma ideia utópica. Mas e se for possível?
Diogo Fernandes Silva
Parece uma ideia utópica. Ideal mas irreal! Ilógica até...
Mas vamos dar um passo atrás e refletir um pouco:
Já há algum tempo que o conceito de gamification apareceu. De forma estruturada apareceu em 1984, no livro “The game of work”. Desde essa altura, a atenção disparou, sendo cada vez mais uma metodologia usada no dia-a-dia, em especial em empresas tecnológicas.
Serious Games ou Gamification caracterizam-se pela utilização dos princípios de jogo (competição, curiosidade, desafio, entre outros) para mobilizar e motivar os participantes em direção a um objetivo, neste caso, a aquisição de novas competências e conhecimentos.
Em vez de ver a diversão como um objetivo em si, esta, através de experiência imersiva e altamente envolvente, é o motor que move o participante de forma espontânea e comprometida a prosseguir um objetivo definido.
É este estado de total absorção (fluxo) que nos traz as grandes vantagens desta metodologia: um maior envolvimento dos participantes com consequente maior aquisição de competências e retenção a longo prazo.
Ambas se caracterizam pela utilização de princípios de jogo para atingir um objetivo sério. A diferença reside na proporção da realidade influenciada.
Gamification é uma mudança parcial, na qual acrescentamos apenas alguns dos princípios de jogo à realidade.
Por outro lado, Serious Games acontecem quando se criam experiências imersivas completas em formato de jogo desenhadas com um propósito, neste caso, aquisição de competências e conhecimentos.
A aplicabilidade destas metodologias é infinita, uma vez que, em qualquer caso o modelo é adaptado ao objetivo selecionado. Na área da saúde, a utilização de princípios de jogo tem crescido largamente, com aplicações em diferentes áreas:
Mais exemplos podem ainda ser encontrados no crescente número de projetos inovadores submetidos a conferências como Games for Health Europe ou Games for Change.
Independentemente do escrito anteriormente, estas vantagens só se verificam quando seguimos de forma sério os princípios de jogo, definidos e melhorados ao longo do tempo, e analisados sumariamente de seguida:
Os profissionais e organizações de saúde vivem inundados de informação, com uma necessidade constante de atualização e pouco, ou nenhum, tempo para o fazer. É nossa responsabilidade encontrarmos métodos inovadores que sejam mais motivadores, mas acima de tudo que garantam um maior sucesso na aquisição e retenção de conhecimentos e competências, que permitam, sem tanto sacrifício pessoal, uma real formação contínua dos profissionais de saúde.
Diogo Fernandes Silva
Médico