Importa começar por perceber como se desenrola a mudança quando é despoletada por uma crise.
Diogo Fernandes Silva
Muito mudou nos cuidados de saúde. Mudou para conseguir dar uma resposta efetiva a uma crise sem precedentes e fê-lo até agora com relativo sucesso, mas mais uma vez à custa da motivação e dedicação dos seus profissionais.
A COVID-19 veio despoletar um ciclo de mudança nunca antes visto. Mas que mudança foi esta e mais importante:
Como podemos tomar as suas rédeas? E quando?
Importa começar por perceber como se desenrola a mudança quando é despoletada por uma crise. Ela não surge numa fase inicial de planeamento consciente, identificação de tendências, problemas ou necessidades, nem de uma visão diferente para uma organização.
Ela surge primeiro como reação a um estímulo externo, através de uma resposta adaptativa e só num momento de mais acalmia se transforma numa resposta mais estruturada e focada no futuro.
No fundo, ela divide-se em 2 grandes momentos, que exigem também abordagens diferentes:
Sem a segunda etapa, as mudanças trazidas pela resposta inicial rapidamente se dissiparão, e em breve voltaremos aos tempos pré-COVID. Isso não é necessariamente mau, uma vez que nem todos se têm de transformar após este episódio. Para algumas organizações, o mais lógico é resistir o suficiente para voltar à normalidade anterior. Contudo, na grande maioria das organizações e equipas de saúde às quais pertecemos, esta é uma oportunidade de ouro para podermos repensar a forma como prestamos cuidados aos doentes, mas também a forma como cuidamos de nós e nos organizamos como equipas.
Fonte:
Mckinsey, Article - From “wartime” to “peacetime”: Five stages for healthcare institutions in the battle against COVID-19, Mckinsey, 24 April 2020
Diogo Fernandes Silva
Médico